AH! POETA!... 
 
 
Sua sensibilidade aguçada
cativou meu coração,
com palavras encantadas.
Grávidas de emoção
transformou o momento,
num palco de ilusão.
 
Até o senhor tempo,
sempre tão apressado
abrandou sua marcha,
apreciando sua arte.
Atento, guarda em seu relicário
essa forma sublime de expressão
e, sem pressa, parte...
 
Vai espalhando seus versos
de encontro com o vento,
que sussurra brando e lento
alento aos que vivem na solidão.
Ah! Poeta!...
Mergulho em seus escritos
e não mais feneço.
Desenlaço a descrença,
solto o grito aflito
e adormeço as lágrimas, 
que não mereço...
 
Acordo a vida e vou de encontro ao recomeço.
Viajo nas asas da sua imaginação
deito-me no aconchego das rimas
que, qual oásis de esperança
minha escuridão ilumina
e danço, como criança!
 
Faço-me livre e eterna!
Sou mais que uma mera lembrança.
Apago as luzes do silêncio
envolvo-me em sua alquimia
desfaço o desencanto,
da noite nasce o dia!
 
Enfeito-me em espera,
sentidos latentes afloram
no corpo, sementes orvalhadas
que desabrocham e se expandem
na alma enamorada.
 
O olhar, irradia a chama viva
que reflete na retina, languidamente
e aguarda desaguar intempestiva
em seus braços ardentes.
Do seu peito protetor farei guarida,
na quietude dos pensamentos
cicatrizarei feridas...
Serei apenas sentimentos,
na leveza do ser.
 
Serei a mais pura das essências
na certeza do querer.
Ah! Meu Poeta!...
Parece até profecia
secou meu pranto 
a melodia da poesia,
mágico canto!
Nada mais há hoje
que eu tema
pois ora, sou poema!
 
 
 
2007
 
 
 
*Dedicado aos  homens que são capazes de decifrar
a alma de suas mulheres, apenas com um olhar.* 
Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 12/12/2010
Reeditado em 06/01/2013
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