Meu Vinho

Diante dos meus olhos um cristal precioso

a enolina em seu rosto, um tom majestoso

não vejo impureza destoando a inocência

suave beleza pura transparência

Perante meu faro um perfume primário

sonho de videiras eterno calvário

olfacto ordinário esguio delgado

um aroma intenso, tinto secundário.

Na ponta da língua um sabor escarlate

beijando seu corpo sentindo seu gosto

atração moscatel me leva pro céu

um ébrio me sinto nesse absinto.

Um porre infernal, ciclo vicioso

Sou o paco imortal, um deus ansioso

com avidez do pecado eu sorvo a essência

cruel e voraz... nobre em decadência

a vibração que emana da taça visceral

do néctar de Afrodite ao sonho imoral

no festim libertino, em completa paixão

celebro a alegria, do vinho em questão

marquesK
Enviado por marquesK em 27/06/2005
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