Meu Vinho
Diante dos meus olhos um cristal precioso
a enolina em seu rosto, um tom majestoso
não vejo impureza destoando a inocência
suave beleza pura transparência
Perante meu faro um perfume primário
sonho de videiras eterno calvário
olfacto ordinário esguio delgado
um aroma intenso, tinto secundário.
Na ponta da língua um sabor escarlate
beijando seu corpo sentindo seu gosto
atração moscatel me leva pro céu
um ébrio me sinto nesse absinto.
Um porre infernal, ciclo vicioso
Sou o paco imortal, um deus ansioso
com avidez do pecado eu sorvo a essência
cruel e voraz... nobre em decadência
a vibração que emana da taça visceral
do néctar de Afrodite ao sonho imoral
no festim libertino, em completa paixão
celebro a alegria, do vinho em questão