A imagem que ficou de ti

A imagem que ficou de ti

ficou.

Bela, grata e grande,

irrepreensível arte dos sentimentos,

prima obra passional,

discreta e teimosa,

religiosamente esculpida

num canto insuspeitável de mim

onde tempos não passam,

vivências não apagam.

E, quando há mais frio na vida,

ainda és lareira ardendo,

brilho nos olhos,

sussurro que faz sorrir.

No sensabor das coisas,

tu és a essência,

ainda és infante,

e eu menina.

Mesmo que os olhos

vejam outras paisagens,

ainda és aquela selva,

caminho a subir e a descer;

ponte na curva,

cheiro daquela terra,

e o verde dos meus olhos

no espanto lindo dos teus.

No silêncio,

teus braços ainda são o abraço

abraçado e desejado,

flash sensacional

que não foi nunca mais.

A imagem que ficou de ti,

Talvez porque ficou bela,

Irrepreensível,

Prima obra de arte passional,

Ainda é fogo de lareira,

Ainda é um canto de mim

Onde tempos não passam,

Vivências não apagam.

Anabela Bingre de Négrier
Enviado por Anabela Bingre de Négrier em 26/05/2011
Código do texto: T2994208
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