A TAÇA DE ADEUS...

Como um romance de bolso,

daqueles que a gente lê,

fecha e nunca mais se lembra.

Assim fui, em tua vida.

Juravas amar - me até que

me conseguistes conquistar,

até que, por amar - te, fui

às últimas consequências.

De repente, numa noite em

que tudo parecia normal, em

que nos amamos e nos

acariciamos, fizemos amor

e depois degustamos o que

restava do vinho rubro, nas

taças, olhaste - me nos olhos

e, com um meio sorriso nos

lábios, beijaste - me com

ternura, entregando - me a

seguir, a taça em que bebeste,

murmurando: Guarde - a; se

algum dia eu voltar a encontrar - te

novamente, brindaremos por

novos momentos agradáveis

que juntos, com certeza teremos.

Vendo - o sair, quase petrificada,

o coração palpitante por

sentir o Adeus explícito naquelas

palavras tão banais, como eu fosse

nada mais que uma mulher de

momentos, mal senti a taça

estilhaçar - se em minhas mãos

e filetes rubros de sangue começarem

a escorrer... tão rubros como o

vinho que deixou em meu lábios,

o gosto do seu último beijo, e em

minha mão, a estilhaçada taça do Adeus...