Amor eterno

Martinho Francisco Ferreira (Beja)

Homenagem a meu pai (Homem Martinho)

Santa Vitória, terra de gente Alentejana,

Ano vinte e um do século vinte, Dezembro,

Uma mulher, mais uma criança emana,

É a sétima ou oitava, não me relembro.

As outras eram todas do sexo feminino,

Esta não, trata-se do primeiro rapazinho,

Terá vida dura, logo desde pequenino,

Mas terá nome de Santo farto, Martinho.

Batalhará na dureza daquela vida rural,

Casará por amor, e será também por amor

Que abandonará a sua querida terra Natal,

Amor por uma vida, para os filhos, melhor.

Passará privações, suportará zombarias,

Sorrirás ao vê-los vencer a luta da vida,

Acreditará que ainda virão melhores dias,

Nunca dará a causa Alentejana por perdida.

Ele será o orgulho dos seus ente queridos,

Agradecerá a Deus todos esses bonitos anos,

Não hesitará em defender os oprimidos,

Será símbolo para os rurais Alentejanos.

Portugal mereceria divulgar sua vida,

Para se saber como desbravou caminho,

ver como uma causa tida por perdida

Era lição de vida. Eras meu pai, Ti Martinho.

Em noventa e oito tiveste de partir,

Chamaste por todos nós na hora da morte.

Hoje, vivo a recordar teu puro sorrir,

E, só por isso, bem digo minha sorte.

Francis Raposo Ferreira

FrancisFerreira
Enviado por FrancisFerreira em 17/07/2011
Código do texto: T3100810