LEVO NA ALMA

LEVO NA ALMA

Sem saber porquê, sinto na alma

palavras de abandono, de luz e de eterna nostalgia

Rego o meu corpo com as gotas de luar

enquanto o mundo me esquece.

Volto, depois, erguida em palavras e sombras

com os dedos no céu de ontem.

No coração restos de tempestade e um diluvio de

solidão, sou eu…

Embrulho nas páginas do meu livro

os restos de carinho que ontem senti

dentro do peito e no fumo das estrelas. Sou eu…

Vivo a vida como o esvoaçar das borboletas

ora aqui, ora ali desfolhando

páginas em branco na pele do meu corpo

amarrotado pela lágrima que se

esfuma a cada passo que dou. Sou eu…

Espero pelo amanhã, sempre com as palavras

na sintonia dum minuto

que passa, e nesse espaço vou lendo poesia. Sou eu…

Esgotam-se as asas do tempo

entre girassóis e amor

entre lealdade e egoismo

mas o mundo segue o seu rumo fraquejando a cada esquina

e a poeira da ingratidão vai minando

o chão dos desprotegidos.

Os limites do tempo são as rugas da vida

e a cada manhã existe algo desconhecido

nas palavras amargas

para quem o sol se desfolhou

num ponto sem nó.

E o corpo se fecha pensando na vida

oferecendo a mão a quem lhe dá

segredos e sede de silencio…

Ardem nos olhos os poemas que ainda não foram escritos,

e nos segredos eu gravo o teu dedilhar no branco

da tua sede………mais tarde serei eu…

amália LOPES

24.7.2011

amaliapoemass
Enviado por amaliapoemass em 24/07/2011
Código do texto: T3115657
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