A OUTRA MARGEM
Tu és a esperança!
O renascer dos sonhos
Afogadas em lágrimas famintas de coragem.
És ainda o olhar
Que se desprendeu do meu
Na curva do caminho
Nas margens do adeus.
Sobram-me as palavras rasgadas!
As cinzas esquecidas dos meus versos
De Vernáculas frases desfiadas nas tuas mãos de cetim
Procuro-te tantas vezes!
E tantas vezes te encontro
No abismo entorpecido das recordações.
Ainda percorro em desvario
As avenidas do teu corpo
Teimosamente escultural
Ousadamente belo!
Onde nasciam os rios de esperança
Que desaguavam nas margens
Estonteantes dos meus sonhos.
Tão grandes que transbordavam de mim!
E aos poucos me esvaziaram de ti
Por entre as frinchas das mágoas
Afogadas em lágrimas famintas de coragem
Na outra margem.
Photo/poesia: Josalvespt