Nostalgia sob o Luar

Você pode ouvir este som, meu amor?

Ele vem como um sopro do infinito...

Será nossa melodia nesta noite...

Vem! Deita-te comigo!

Nossa cama será a grama verdejante das campinas,

Lançados ali, nos banhará o luar e contaremos estrelas

E elas brilharão mais cintilantes que teu olhar sobre mim,

Pois se irradiam ao ouvir os murmúrios dos apaixonados...

Como a nota mais doce do piano, tocará meu rosto sorridente

Desejando toda a atenção que ofereço a imensidão sobre nós...

Ao olhar-te enfim, meu amado, nossos olhares se cruzarão,

E se surpreenderão como foi na primeira vez...

Teus olhos passearão pelo meu rosto,

Assim como os meus exploraram o manto estrelado...

Encontrarás minha boca e sem esperar nenhuma palavra,

Tocarás com a ponta dos dedos como que tentando estar certo do que é real...

Tão próximos que respiraremos o fôlego um do outro,

O calor de nossos corpos nos aquecerá enquanto a névoa vai acariciando a relva...

Nada além, pois há um abismo de impossibilidades nos limita...

O que nos une não é o toque, é o que sentimos...

Virá sobre nós uma tristeza nostálgica que nos trará de volta à realidade...

Nosso cenário imaginário - idéia de Paraíso - é apenas o jardim de nossas fugas noturnas...

São lembranças antigas de tantos reencontros de encontros impossíveis...

Nossos corpos desejosos um pelo outro não podem viver a eternidade...

Buscarás minha mão direita e entrelaçando teus dedos aos meus,

Revelando querer tanto que ao menos este momento dure para sempre...

O perfume que vem dos campos de Alfazema será nosso lembrete...

Nada precisa ser dito, o olhar declama todos os mais belos poemas de amor...

Nostalgia sob o Luar de Shimada Coelho é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.

Shimada Coelho A Alma Nua
Enviado por Shimada Coelho A Alma Nua em 22/09/2011
Reeditado em 22/09/2011
Código do texto: T3233901
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