Algoz do tempo

Meus versos talvez não agradem.

Ultrapassem sua sensibilidade.

Eles às vezes tomam forma

de desabafo de alguém triste e solitário.

Os meus medos me acompanham pela cidade.

Eles são cruéis comigo.

Não há um só momento

que esteja totalmente só –

sou vigiado pelo algoz do tempo.

Não consigo fugir.

Disfarço-me – inútil – sou abraçado e

fadado a envelhecer lentamente.

atanazio mario fernandes Lameira
Enviado por atanazio mario fernandes Lameira em 09/11/2011
Código do texto: T3326953