Enamorados

O roçar de dedos inquietos

Entrelaçados em eternos afagos

Vezes espremidos, vezes folgados

Cúmplices de desejos mútuos

Corpos difusos numa só alma

Almas num só sentimento

Roçares afetuosos, vozes calientes

Calor ambiente de fornalha

Olhares que se cruzam

Contemplação de segundos

Curto “eu te amo” mudo

Nulo para observadores alheios

Cheiros que se misturam

Num aroma embriagado

Salgado perfume adocicado

Que até paredes impregnam

Beijo que se segue

Tranqüilo como brisa

Intenso como furação

Atiçando apertos na pele

E no coração bombeante

Batidas insanas, pulsionam

Dando força total

A esta orquestra inconstante