Doce mulher
Doce mulher rejeitada todo dia
Com palavras apressadas
Por valer menos do que deve
Doce mulher pele de histrião
Tanto sacrifício e dor em vão
Doce mulher delatada por não calar com desenganos
Doce mulher, observadora ocasional dos temores
Fica calada, não se entrega, mas se expõe
E não deixa de acordar para vida.
Doce mulher reservada
A alguém que tem ouro – inverdade! -
Doce mulher adorada pelo caminhar
Designada pela beleza saliente
Da mariposa com a formação.
Doce mulher couraçada em seu adejar
Pela sua feição o chão escorre
E o ambiente se abre a água que corre
Reacende a chama que tudo havia queimado
Doce mulher santificada porque saiu do orifício
E já não há lugar para o pecaminoso
Eu te protejo, nada nos atrapalha, venha ficar
Despe-te, me namore, te elogio e te reabilito
Para travessura do ser na aurora
Doce mulher, eu te asseguro amor
E fortaleço-te beijando-te os lábios
Principia-se o acionador, lépido,
Reconquisto-te sem medo, paciente fissura,
Ousadia, náusea, frisson e outros tantos.
Doce mulher broto na prole
A ti vou e a mim tu venhas
Doce mulher leia a criança, agita o amadurecer,
Reanima o poente que habita continuamente
Onde estão os amores, as caricias, a ternura?
Enxergo sem visão - onde não me vês, Mulher,
É em ti que me alegro.
Doce mulher a ti eu me entrego, eu um pouco do nada
Ser de ternura, já no fim, no sepulcro baixo do individualismo
Venhas-me sem sobressalto que eu oculto o teu encanto
Pois é chegada a hora de me dar a mão, que a minha a ti entrego!