Doce mulher

Doce mulher rejeitada todo dia

Com palavras apressadas

Por valer menos do que deve

Doce mulher pele de histrião

Tanto sacrifício e dor em vão

Doce mulher delatada por não calar com desenganos

Doce mulher, observadora ocasional dos temores

Fica calada, não se entrega, mas se expõe

E não deixa de acordar para vida.

Doce mulher reservada

A alguém que tem ouro – inverdade! -

Doce mulher adorada pelo caminhar

Designada pela beleza saliente

Da mariposa com a formação.

Doce mulher couraçada em seu adejar

Pela sua feição o chão escorre

E o ambiente se abre a água que corre

Reacende a chama que tudo havia queimado

Doce mulher santificada porque saiu do orifício

E já não há lugar para o pecaminoso

Eu te protejo, nada nos atrapalha, venha ficar

Despe-te, me namore, te elogio e te reabilito

Para travessura do ser na aurora

Doce mulher, eu te asseguro amor

E fortaleço-te beijando-te os lábios

Principia-se o acionador, lépido,

Reconquisto-te sem medo, paciente fissura,

Ousadia, náusea, frisson e outros tantos.

Doce mulher broto na prole

A ti vou e a mim tu venhas

Doce mulher leia a criança, agita o amadurecer,

Reanima o poente que habita continuamente

Onde estão os amores, as caricias, a ternura?

Enxergo sem visão - onde não me vês, Mulher,

É em ti que me alegro.

Doce mulher a ti eu me entrego, eu um pouco do nada

Ser de ternura, já no fim, no sepulcro baixo do individualismo

Venhas-me sem sobressalto que eu oculto o teu encanto

Pois é chegada a hora de me dar a mão, que a minha a ti entrego!

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 26/01/2007
Reeditado em 27/01/2007
Código do texto: T359136
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