Um sentimento chamado Paixão.

Sou um homem feito na vida, tenho uma empresa ,maduro , bem estabelecido.

Já fui casado e tenho uma filha de 10 anos.

Divorciado, nunca fui feliz no meu casamento, mesmo assim durou 15 anos.

Meu trabalho é prestar consultoria para outras empresas e certa vez um amigo contratou minha consultoria e como sempre , tive que ter contato com todos os funcionários dele para fazer o serviço. Uma de suas funcionarias morava no Sul e tive que manter contato com ela para que eu pudesse fazer a consultoria no trabalho que ela estava desenvolvendo ,via email, msn e telefone, etc..,

Ela era muito simpática, atenciosa, inteligente, parece adivinhar o que você pensa. Tinha uma alta experiência de vida, o que era incomum para quem tem somente 27 anos. Conversei muito com ela por telefone para entender o serviço dela, e me sentia cada vez mais envolvido com aquela voz. Eu sentia falta quando passava um dia sem falar com ela, um vazio inexplicável ,ela era simplesmente envolvente de um modo viciante.

Eu estava para terminar a consultoria quando meu amigo me informou : A Cris vai chegar amanhã. Resolvi traze-la para conhecer nosso escritório e entender o que mudamos depois do seu trabalho Tony.

Depois de ouvir essa noticia eu me senti imensamente feliz, como um menino que acaba de ganhar sua bicicleta tão desejada depois de se comportar tanto tempo. Eu fiquei ansioso, imaginando como seria conhecê-la pessoalmente e me propus a busca-la no aeroporto.

No dia seguinte eu cheguei ao aeroporto e fiquei aguardando o desembarque no saguão. Pela foto dela no MSN eu sabia que ela era branquinha, de cabelo castanho, de altura mediana, então fiquei procurando em volta até ver alguma mulher parecida com essa descrição.

Eu tinha certeza que ia rolar uma química entre a gente, eu sou branco, alto, tenho meus 35 anos e muito bem fisicamente, treino artes marciais durante duas horas todos os dias e tenho o perfil que segundo ela é o que a atraia mais, que seria um homem inteligente e resolvido, coisa ela me revelou em um de nossos bate-papos.

Depois de vinte minutos , olhei para a saída do desembarque e lá estava ela, me aproximei e disse :

-Cris, é você?

-Oi Tony, quer dizer Antônio, sou eu sim. Tudo bem? - e me deu a mão para que eu apertasse.

Eu, todo bobo, respondi: Pode me chamar de Tony mesmo, ninguém me chama de Antônio por aqui. E me dá logo um abraço, pois estou muito satisfeito em lhe conhecer pessoalmente.

Então ela me abraçou...

Um abraço apertado, que a gente só dá quando conhece a pessoa há muito tempo e a quer bem. Aquele abraço que você aperta a pessoa e descansa a cabeça no ombro da outra, num gesto de carinho e afinidade. Naquele momento senti minhas pernas bambearem, meus joelhos ficaram fracos, eu não sentia nada, estava anestesiado.

Entramos no carro e eu pude perceber que ela era roliça, tinha pernas grossas, seios médios, daquele tipo de mulher que aguenta o tranco, e um perfume diferente, nenhuma fragrância, mas sim o cheiro dos cabelos dela, com o hálito bom, e um sorriso encantador. Ela era muito charmosa, livre, falava sobre qualquer assunto, era segura de si, me respondia à altura.

Deixei-a no hotel e como já estava quase na hora do jantar, a convidei para jantar.

Durante o jantar conversamos muito, sobre a vida dela, sobre a minha, falamos sobre acontecimentos tristes e felizes e a química, como eu esperava, foi reciproca e intensa. Depois do jantar, paramos na frente do hotel dela e conversamos mais um pouco sobre o trabalho do dia seguinte, então ela me agradeceu o jantar e me deu um beijo no rosto, saiu do carro e entrou direto. Eu senti vontade de correr atrás dela, toma-la nos braços e beija-la , mas fiquei parado, pensando em tudo o que podia fazer mas preferi aguardar mais um dia antes de tomar qualquer iniciativa.

No dia seguinte na empresa, ficamos juntos praticamente o dia inteiro, almoçamos juntos, tomamos café da tarde, juntos, e novamente a convidei para jantar e ela aceitou.

Dessa vez eu estaria totalmente disposto a seduzi-la e tinha total certeza que não seria difícil, pois estávamos conectados, ligados, era mutua aquela sensação.

Fui busca-la pontualmente e ela não demorou a descer, quando a vi ela estava simplesmente maravilhosa, usava um vestido longo, não sei dizer o modelo, mas deixava as costas dela totalmente a mostra, e ela tinha uma pele branca e fresquinha que não dá vontade de tirar as mãos. Os cabelos soltos mais a vontade e menos comportado do que ela usava durante o dia.

Conversamos muito novamente e no meio da conversa eu olhei serio para ela e disse?

- Cris, eu quero muito ficar com você essa noite!

-Como assim Tony, já não estamos aqui juntos?

-Você sabe o que eu quero dizer Cris...

Ela baixou a cabeça , pensou um pouco e sugeriu que eu a levasse de volta ao hotel.

No meio do caminho decidi mostrar o meu apartamento para ela, lá eu sei como agir e usar tudo ao meu favor e também para mostrar a ela o meu poder aquisitivo , que na minha concepção é um fator importante na conquista de uma mulher atraente.

Ao chegar, servi um vinho especial, levei ela até a sacada e enquanto ela admirava a vista , eu cheguei por trás dela, encostei totalmente meu corpo no dela, afastei o cabelo dela para o outro lado e falei no ouvido dela:

- Fica comigo essa noite!

-Tony, eu não posso. Você sabe que eu sou casada.

-Ah Cris, para com isso. Estamos a quilômetros de distancia da sua casa, estamos aqui à vontade. Eu sei que você também quer...

Enquanto falava algumas palavras para convencê-la eu ia sussurrando cada vez mais baixo no ouvido dela. Pressionava o corpo dela contra o meu, para que ela me sentisse e despertasse o desejo de ficar comigo. Senti que ela se arrepiava toda a cada investida minha, enquanto isso eu me apoderava cada vez do corpo dela.

-Tony, por favor, para com isso. Não é certo. Somos colegas de trabalho, ninguém vai nos entender ou nos respeitar se a gente se envolver.

-Que isso Cris, ninguém vai ficar sabendo. Prometo a você. Tem a minha palavra.

Enquanto eu usava todo esse discurso de sigilo, ia passando minhas mãos no corpo dela. Desde a nuca, descendo pelas costas, deslizando pelo bunda generosa , chegando até as coxas grossas. Ela era simplesmente demais fisicamente, e eu a queria , queria e pronto.

Naquele momento eu a estava desejando loucamente, eu a queria como um objeto, como um troféu.

Ela se esquivava. Falava uma coisa, argumentava outras, tirava minha mão daqui e me empurrava dali.

Então trouxe-a até o sofá, tirei a taça de vinho da mão dela e a segurei firme, olhei pra ela e não conseguia parar de deseja-la um segundo sequer. Meu corpo estava em êxtase total.

Num gesto lento, passei a ponta dos dedos nos lábios dela e pedi então um beijo. Somente um beijo para selar aquele momento, um beijo para marcar os nossos momentos juntos.

Então ela foi se aproximando e me encarando, descansou as mãos em minhas pernas e encostou o rosto dela no meu. Suavemente foi trazendo sua boca ao encontro da minha e eu fechei os olhos, para sentir o cheiro de mulher que ela tinha, pra ouvir o som da sua respiração que aos poucos ficava ofegante e me entreguei ao delírio do beijo dela.

Ela me beijou.

Num encontro perfeito de línguas e ritmo, ela me beijou calma e demoradamente. Afastava-se para recuperar o ar e voltava com mais saliva e destreza.

Fiquei paralisado , eu não conseguia me mexer, simplesmente fiquei inerte aos movimentos dela esperando que ela não aguentasse e pulasse em mim. Esperava que ela se entregasse ao tesão, ao clima que nos envolveu desde o inicio e me provocasse fisicamente.

Mas ela parou de me beijar e se afastou.

Levantou-se numa pressa e logo saiu, bateu a porta e pegou o elevador e eu fiquei ali sentado sem saber o que ela ia fazer, achando que ela tivesse ido trancar a porta da frente pra podermos fazer alguma coisa, sei lá.

Mas quando dei por mim ela já tinha ido.

Eu queria me acalmar depois daquele beijo, eu queria me satisfazer com aquele pedaço do paraíso, mas foi impossível. Peguei o celular e liguei para ela, liguei para o hotel, ligue para o meu amigo, mas não tive sucesso. Ela não quis mais falar comigo naquela noite.

No outro dia , ela iria embora no final da tarde e eu fiquei encarregado de almoçar com ela.

Eu sabia que aquele seria nosso último momento e minha última chance de possuir aquela mulher que havia me tirado o sono, o juízo, a razão.

Durante o almoço ela estava normal, agindo como se nada tivesse acontecido , falando com o pessoal e eu ao lado dela esperando uma brecha pra falar com ela sobre nós.

E num determinado momento, ficamos sós na mesa do restaurante e eu a provoquei:

- Você tem certeza que vai embora assim? Sem ao menos matar essa vontade que eu vejo explicita na sua cara...

- Que vontade Tony? O seu beijo foi uma delicia, dormi muito bem ontem. Obrigada.

- Ora Cris, a vontade de dormir comigo, de transar comigo. Eu sei que você quer e eu também quero muito. Tô disposto a fazer qualquer coisa pra gente ficar junto essa tarde. Se despede do pessoal agora e vamos lá pra casa.

- Tony, você é um homem realizado. Não precisa de mim pra nada. Eu não tenho nada para te acrescentar.

Respondeu-me sorrindo.

E o pessoal foi voltando pra mesa e eu fiquei sem argumentos.

Durante a tarde no escritório fiz varias investidas, todas em vão.

Depois o pessoal a levou até o aeroporto e ela foi se despedindo de um por um. Eu fiquei por último.

Na minha vez, ela me abraçou com aquele mesmo abraço, só que mais apertado, mais demorado. Eu não aguentei e a apertei, cheirei o cabelo dela, beijei-a na nuca , numa total intimidade que todos perceberam.

Ela me olhou nos olhos e disse: Tony, se algo acontecer entre a gente será algo muito forte, que pode mudar nossas vidas drasticamente e eu não estou pronta para isso. Mas tenha certeza que se for do nosso destino ficar juntos esse será somente o primeiro de muitos encontros que vamos ter.

Então ela partiu.

Eu engoli aquelas palavras sem entender o que ela quis dizer, porque eu tinha certeza que ela se entregaria para mim. Que dormiríamos juntos e transariamos feito loucos. Era essa nossa vontade, ela também queria isso, tenho certeza. Sem essa balela que nossa vida mudaria. Eu queria sexo, queria possui-la, queria dar o melhor sexo da vida dela e ponto final. Eu não queria mais nada além disso.

Com o passar dos dias eu parei de falar com ela por telefone.

Passado um mês eu fantasiava que ela estava comigo, conversando , me fazendo companhia.

Quando viajo para algum lugar fico pensando se ela gostaria de estar ali comigo, de aproveitar e conhecer os lugares e comprar souvenir.... Mas infelizmente é só minha imaginação.

Depois de comentar essa historia com meu irmão ele me traduziu o que ela queria me dizer na despedida no aeroporto.

- Tony, meu irmão. Se você tivesse dormindo com ela e matado todo esse desejo, você estaria triplamente mais apaixonado do que está agora. E se eu bem lhe conheço você não iria deixar ela ir embora, ou iria até a casa dela no sul para convence-la a voltar com você e a viver com você e não aceitaria um não como resposta. Não é mesmo? Agora você não acha que se você fizesse tudo isso não ia acabar atrapalhando toda a vida que ela construiu até agora? E se caso ela aceitasse não ia ser uma mudança radical na vida dela e na sua? Ainda maior na sua, que esta solteiro há tanto tempo e acostumado com uma vida solitária e livre? Veja bem se valeria a pena! Ela tinha razão em tudo o que ela lhe falou.

Engoli a seco as verdades na explicação do meu irmão e tive certeza de apenas uma coisa:

Eu estava perdidamente apaixonado.