Poema 0376 - Para sempre qualquer amor

Acendi alguns sonhos depois da outra noite,

abri algumas janelas, deixei a porta entreaberta,

tentei escancarar meus sentimentos,

suas mãos me tocaram o peito, faltou o coração,

um pedaço do carinho sobrou depois do beijo.

Senti o ar frio da noite passada,

a lua estava um tanto desbotada, não tinha brilho,

faltaram seus olhos curiosos pulando de lá pra cá,

a névoa não conseguiu tingir o ar com cor de prata,

na madrugada senti uma ausência no meu corpo.

É hora de partir, não sei pra onde ou para quem,

meu relógio já despertou, o sol abriu e fechou-se,

consigo ainda tocar com mãos meu rosto triste,

preciso de uma razão para sorrir, um alguém para apaixonar,

seguirei um caminho reto até um outro coração.

Nas paredes do meu inferno rabisquei todos os nomes,

apaguei as imagens da minha lembrança, a sua foi a última,

restam alguns poucos sentimentos, pequenas doses de saudades,

uma música que ainda teima em soar na minha memória

e o latejar forte quando vêm as lembranças dos beijos.

Peço que não volte, jamais, não volte nunca mais,

preciso ser amado com um amor normal, uma pessoa normal,

se bem que nenhuma paixão tem que ser absolutamente igual,

tenho sentimentos diferentes aos demais, sou louco,

meus olhos mudam e ficam perdidos, a razão termina no abraço.

Hoje não quero responder minhas perguntas,

abri espaços para que me tomem, que me preencham de paixão,

quero me vestir de um corpo novo, querido, sem mas...

basta-me de sonhos, de pequenos e grandes fantasmas,

quero o amor fazendo eco no coração, até qualquer para sempre...

24/07/2005

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 24/07/2005
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