Cota Zero
Fala-me do Amor. De fato quero crê-lo
Mas preciso que dele me mostre as garras
Pois julgo precisarmos ainda de muito zelo
Para libertarmo-nos destas firmes amarras.
Não me fales do simples amor por uma pessoa
Este é polissêmico, humano e arbitrário
O que quero é único, é divino, é o que não voa
De coração em coração tendo um existir temerário.
Este amor que sentem os mortais corações
Como o meu, é paixão, belo vendaval tempestuoso
E eu sei, não me digas as boas e as más emoções.
Se não me podes falar do Amor que quero
Do Amor desapegado do ciúme canceroso
Chega! Afasta-te! Esquece! Tua cota é zero.
Cícero – 28-03-05