Sonho

Sonho

Quantas vezes, acordados,

Damos connosco a sonhar,

Uns têm sonhos encantados,

Outros, sonhos de encantar.

Mulheres de grande beleza,

Sempre prontas a amar,

Outros, muito ouro e riqueza,

Verdadeiros tesouros de pasmar.

Nunca tais sonhos vivi,

Sonhar me não era permitido,

E só mais tarde me meti

Nesse mundo do desconhecido.

É verdade, arrisquei sonhar,

Sonhar que podia ser feliz,

Andei de sonho em sonho a saltar,

A fazer tudo o que sempre quis.

Fiz tudo o que sempre quis,

Acabei por ter quase nada,

Continuava o percurso infeliz

Direito ao fim da minha estrada.

Mas! De repente, muda-se a vida,

Sinto uma força que me guia,

É uma força segura e decidida.

E eis que do escuro se faz dia.

Na vida volto a acreditar,

Não entendo o que se passa,

Dou comigo a sonhar,

Sonho que alguém me abraça.

Devo de estar a enlouquecer,

Talvez seja este meu fim,

Provavelmente, ao morrer,

Todos nos sintamos assim.

Apalpo-me! Belisco-me! Não,

Eu não estou a morrer.

Mas se não morro, o que é então?

Ah! És tu, meu amor, mulher.

Francis Raposo Ferreira

FrancisFerreira
Enviado por FrancisFerreira em 16/09/2012
Código do texto: T3884246
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