Minha arma é a Poesia
Não pensem calar-me
Qual flor, egoisticamente colhida,
Perco pétalas uma a uma.
Enfrento nova corrida
Como se não perdera nenhuma.
Qual pássaro, por tiro ferido,
Ameaço não me suster.
Ainda não me pensem vencido,
Tenho forças para sobreviver.
Qual peixe, na ponta do anzol
Batendo por me soltar.
Acredito que, amanhã, o sol
Nascerá para me animar.
Qual toiro, sangrando na arena,
Não temo meu carrasco.
Não pensem tirar-me de cena,
Por meus ideais, luto e me arrasto.
Qual soldado, na guerra mutilado,
Revolto-me contra a hipocrisia.
Ninguém me pense ver calado,
Tenho minhas armas na poesia.
Francis Raposo Ferreira