APANHEI DO AMOR!

O amor mais uma vez bateu em mim...

Com suas asas de veludo mesmo perfumadas e macias!

Caiu em mim um vento de outono caladão e calmo.

Diferente da suavidade, do carinho de quando o conheci.

Bateu na minha cabeça e no meu coração,

Deixou-me arrasado; e esse pobre coitado,

Duvidou da bondade que existe em sua essência.

Eu que o seguia sempre, senti desilusão.

Quedei-me inconformado e profanei

Com pensamentos ásperos contra a sua doçura.

Profetizei rebeliões, indignações, por fim chorei.

Mas com o passar do tempo o coração aquietou-se,

Perdi o medo e o andar vacilante,

A mente desanuviou-se... Encontrei uma luz,

E com ela a paz novamente, a ternura.

Recobrei a fé e banhei-me em conhecimento mais elevado.

Vi os sonhos voltarem, meu coração agora sorrindo, a inspiração fluindo.

Vi a esperança, de mãos dadas com a magia,

Caminharem sem tropeçar, por mais escarpado fosse à vereda.

Agora vejo flores no meu caminho que antes eram despercebidas.

A natureza a me saudar o vento brincado em meus cabelos ralos.

O amigo sol brilhando fagueiro, e a noite com a lua e suas estrelas rezando.

A paz interior explodiu em mim imensuradamente.

Então encostei o meu cajado e pensei.

Como posso ter apanhado do amor se o amor é tudo isso e muito mais.

Compreendi finalmente, que na verdade nunca tinha apanhado.

Apenas tinha subido mais um degrau,

Aonde o próprio amor me esperava radiante,

Eufórico, suave bonachão e satisfeito,

Pela minha ascensão... Por eu ter aprendido a lição...

Salvador, 26/09/12

Barret.