Pernas para o ar

Que ela venha de manhã

se aconchegue perto de mim

encoste caso quiser

me abrace se assim desejar

Que venha à tarde

e deixe que pingue a chuva que não cai

que os vizinhos escutem o que quiserem

que minha alma saia de mim

e sua boca entre em mim.

Que fique à noite

a dois

emparedados

embolados

abobalhados

afônicos

em total descontrole,

e com pernas para o ar.

Lúcio Alves de Barros
Enviado por Lúcio Alves de Barros em 14/10/2012
Reeditado em 23/10/2012
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