O QUE VEM DO INFINITO

O meu amor veio rapidinho
O meu amor veio do infinito
O meu amor veio em paz
Ninguém tem duvida disso.

O meu amor veio da escuridão
Nasceu da treva qual intenso astro
Quando penso na sua tristeza
Vivo assustado neste chão.

O meu amor veio indolente
As bases brilhando de luz calma
A mira cândida em aflição descerrada
Alto e magnífico na madrugada

Ao avistar-me arrumado, infeliz e abandonado
Num caminhar ligeiro a mim se achegou
E com ingênua e doce alacridade
Resvalou-me a boca molhada.

Admiti-me cativo à sua face cordata
Amordaçado à sua alegria, mas distraído
Sem saber de que choramingava
Sem atinar-me do amor quase nada.

Em seguida senti-lhe a acanhada manha
Dos vagarosos dedos alisar-me o tórax
As unhas compridas se me enterrarem
Intimamente me cortam ou me arranham.

Detido, em uma só simulação
Escondeu-me com seus cabelos
E a boca molhada no meu pescoço
Pôs-se a me beijar em disparada

Muitas alvoradas brilharam
De o meu progressivo ficar debilitado
Enquanto o amor beija-me o pescoço
Que beleza é a vida apaixonada.
R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 01/08/2005
Reeditado em 01/09/2005
Código do texto: T39471
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