Meu desejo derradeiro

Mulher à toa

ó mulher boa

Sozinha anda na cidade

Recordando-me a saudade

De ti

de outrora

Mulher agora

O lambari

Já se esqueceu de nadar

e pensa que está no mar

e que seria inda doce

se qual antes tudo fosse

Moça alvoroço

Será que posso

Pedir-te que me prometas

que vestirás roupas pretas

quando lá onde não há céu

A mim chegue a inexorável

(Lá onde não há céu

Onde arrancaste o teu véu

Terra onde nasceu o meu fel)

Lá onde eu fui só teu

Enterra-me sem lápide sem nada

Para que sejam teus olhos minha última morada.

Cirilo
Enviado por Cirilo em 27/02/2007
Reeditado em 12/03/2014
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