Bom dia, saudade!

A brisa fresca da manhã

me saúda por você.

Onde estão os sóis

dos meus girassóis?

Em que arbusto se escondeu

o único pirilampo

que em minha noite adormeceu?

Em que estrela se perdeu

o brilho que em meu olhar feneceu?

Bom dia saudade!

Por que não deixa escondido

meu anseio recolhido?

Por que me impõe sua presença

se conhece a minha crença?

Bom dia, saudade!

Por que não me faz ave liberta

do sonho que ainda desperta?

Por que me embarga o caminho

e cobre de nódoa o meu ninho?

Adeus, saudade!

Procure outro coração para seu tormento,

outros lábios para ouvir lamento.

outro amor para lançar ao vento.

SP, 22/12/2003

17:06 horas

Cleide Canton
Enviado por Cleide Canton em 10/08/2005
Código do texto: T41640