Âncora

Olha rente aos meus olhos graúdos

Segura as minhas mãos pusilânimes

Faze as vezes de poderoso escudo

Nesta efêmera eternidade anima-me.

Sê para minha realidade o farol

Clareia minha sina no cotidiano

Além da intensidade dos raios de sol

Mantém ao alcance das mãos, nosso sonho.

Sacode a matéria físico-orgânica

Que me compõe e é prescindível

Segundo a filosofia canônica

Consoante o significado de vida plausível.

Mostra-me a beleza no viver espargida

Toda vez que eu me sentir um fantoche

Já que o capricho te colocou na minha vida

Resiste às agruras e me resgata da morte.

Escancara o teu belo sorriso e largo

inunda-me a vacuidade e esta carência

que teimam em arrefecer meu compasso

reanima-me com tua fé e resiliência.

Mas faze tudo isso por mim, consciente

de que tu ages por singela liberalidade;

pois além da recompensa de te amar eternamente

nada mais dar-te-ei senão a felicidade.

Cid Rodrigues Rubelita