Abraços

Abraços

Meus braços pendentes

Esperando teus abraços

Apertados com espera sufocante

Ansiosa, coração palpitante

Que fazer? pergunto a todo instante...

Que venhas, emoldurando flores

Seja mágica a aparição cheia de amores

Nos vultos que vislumbro ao teu redor

Rendas delicadas de suaves perfumes

Esperança contida nesses anseios de lumes...

A reverberação de sonhos toldam minh'alma

Quero me sentir em paz, assimilando calma

Nos recônditos do meu eterno ser, vivendo

Colecionando anseios, não de amor sofrendo

Aplacando tremores, não me sentir morrendo...

Mas e o teu abraço esperado?

Doem-me as entranhas, me sinto sofrendo

E meus braços caidos, sofridos no vão retendo

Só encontro vazios e saudades me querendo

Caem meus braços, sem abraços, gemendo...

Benditos sois vós, meus desenganos

Que trucidam, esgarçam meu ser humano

Mas com a paz que sucede esses temores

Encontro a quietude como a de um sono

A espalmar e afagar os meus amores...

Quero ser como o machado que fere

O sândalo que o perfuma , em brumas de amor

Esgueirando, implorando segredos como a flor

Que inebria a todos com seu perfume

Enquanto espera o abraço sem queixume...

Quero agora flores à mão cheia

Abrigando afagos, distribuindo cores

Flores, muitas flores na emoção

Pétalas, muitas, retidas com orvalho

Que, como lágrimas, me acalmam o coração...

Myriam Peres

Myriam Peres
Enviado por Myriam Peres em 18/03/2007
Código do texto: T417451