Ainda sonho feliz
Ainda sonho feliz
Na noite fria e melancólica
Da vida que se esgota suavemente.
Inadvertidamente, pulsa um novo brilho
Reflectido no espelho da noite clara.
De onde virá esse assombro, o arrojo
Que embriaga, como se fosse fogo,
Aquecendo a lareira adormecida.
Agiganta o alento e grita de novo
A voz devida da criança comedida.
Um simples lampejo, uma chama,
Um rasgo de luz renova a esperança.
Como tudo seduz na calma e bonança.
Desde a noite feliz que, compreendemos,
Era o destino das promessas devidas
Nos meandros da raiz, do sonho, de almas
Carentes de amor, no jardim do coração.