Leve-me contigo

Leve-me contigo, não me deixes aqui.

Não me deixes aqui, não me deixes!

Minha vontade de ti...

é como daqui até Saturno,

passando por Netuno,

caindo nas asas do infinito...

Meus lábios morrerão se não mais,

os teus lábios beijar...

Meus olhos chorarão lágrimas de sol.

Meus ouvidos ensurdecerão na noite,

com os sussurros de tua voz ausente.

Minhas mãos segurarão os ventos,

os ventos da vida, para as tuas tocar.

Meu corpo morrerá sem o teu.

Não saberei ser sem ti.

Leve-me!Não me deixes aqui!

Cavalgarei pelos campos das florestas,

pelo os arco-íris das chuvas,

escalarei as montanhas do nada,

atravessarei os rios dos mares,

caminharei sobre as lavas da solidão.

As feridas curarei...

com as lágrimas da saudade tua.

Serei estrela sem brilho;

flor sem pétalas;

lua sem luar;

dia sem amanhecer;

brisa sem suavizes;

serei vida! Serei morte!

Não me deixes aqui, leve-me contigo!

Todos os dias da minha vida...

Amar-te-ei como nem a lua ama o sol.

Abraçar-te-ei como nem o dia abraça a noite.

Beijar-te-ei como nem o céu beija o firmamento.

caminharei contigo...

como nem a vida com ela mesma.

Estarei ao teu lado...

como nem o crepúsculo está ao lado da tarde.

Leve-me contigo, não me deixes aqui!

Senão, serei Assum preto sem voz,

a enxergar o derramar do sol,

de todos os dias de minha morte!

Natal-RN, terça-feira, 02 de julho de 2013.

*Este texto foi inspirado na melodia da música “Ne me quitte pás”