Uma Tarde...

Foi no embalo de uma tarde

quando...

descambava o sol pelo poente

ela tão displicente ali dormia

estendida sobre a rede na varanda

uma agulha, uma linha...

sob as mãos

um avental ainda novo que tecia

O silêncio ali era tamanho

que deitada na rede não percebia

uma ponta da saia

que caía

e outro lado da roupa descobria

uma parte da intimidade

que outra peça

com recato ali cobria...

E eu parado

com os olhos nesta cena

o meu corpo inteiro a tremer

e na moldura da roupa tão pequena

um pedaço em mim

via crescer...

esta cena de rara maestria

outro ocaso

jamais repetiria

e a lembrança daquela tarde

guardo em mim

como se fora hoje aquele dia.

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Olympio Ramos

Cabo Frio, 24/12/2013

Olympio Ramos
Enviado por Olympio Ramos em 24/12/2013
Reeditado em 29/12/2013
Código do texto: T4624051
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