Coração de um prisioneiro
E dizem ser a esperança a última a morrer!
Mal sabem das condições de um apaixonado condenado.
Em meio às palhas no cárcere, entrevejo o temor viver,
E o devaneio do sorrir, tão longínquo, então devastado.
Ai quem diga! Ai quem diga sobre minha esperança,
O tal imortal sentir, rediviva fonte consoladora.
É como afirmar a velhice sendo apenas criança,
é como dizer que conhece o frio na brisa abrasadora.
Se minha esperança for de mim a última a morrer,
faça o favor, então, de meu coração esquecer.
Pois bem sei que tudo de mim poderão pra longe levar
Mas em minh'alma, de ti nada levam, pois há nela o meu imortal amar.