um dia

um dia

e mais outro dia.

a mesa posta,

os copos, talheres, o amor

de antes agora em algum

canto da casa escondido,

quem sabe talvez

em algum hotel

nas últimas férias

esquecido.

um dia,

outro dia.

os filhos que crescem,

novas intrigas;

o mesmo canal,

uma outra novela;

o carro novo,

os mesmos caminhos.

um dia

e depois

outro dia.

a data esquecida,

novas dívidas,

os mesmos compromissos.

novos comprimidos

e os pratos

sobre a pia.

outro dia,

o relógio, de manhã,

implacável

em sua sentença:

somente um banheiro,

o café, a manteiga fria, o cigarro,

a porta que bate

e a água que cai do chuveiro.

um dia

e mais outro dia.

comprar presentes,

escolher verduras,

escolher um vestido.

visitar parentes

que há algum tempo

não se via.

em suas vidas

um espelho,

uma estranha simetria.

antigas mágoas

não movem,

emperram moinhos.

mudar os móveis de lugar,

mudar a cor do cabelo.

a menstruação que não vem,

a tabelinha

e as camisinhas

dos filhos.

e as roupas sujas

de mais um dia.

o amanhã parecia tão distante,

muito adiante

da próxima esquina.

Assista o video

https://www.youtube.com/watch?v=FKh6ocy20zY

Poema do livro Filhas do Segundo Seo

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