ENTRANHAS

Ando por meus cantos tão sem amor

me sentindo só no meio da multidão

coração vazio, olhos no chão

meu negro céu, paisagem sem cor

Sou baliza, estandarte da tristeza

na avenida o desfile do eu-sozinho

haverá destino ? haverá caminho ?

minh'alma vazia, em nada vê beleza

Perdoa poetisa, se meu canto corta

Hoje ele é lamina afiada

adaga em minhas entranhas cravada

Perdoa se minha dor já não suporta

alimentar esperança criada

em uma sina que não pode ser mudada

Sergio Cortes
Enviado por Sergio Cortes em 14/09/2005
Código do texto: T50441