NINGUÉM REPARA!...

NINGUÉM REPARA

Quebra-se o cristal da noite

Com o nascer do dia,

Já ninguém repara tanta beleza.

O desabrochar de uma flor,

O suspiro inocente do amor,

O João de barro-arquiteto da natureza-

Que constrói o seu ninho

Com carinho, com destreza.

Já ninguém repara.

O canto da cigarra

Chamando o fim do dia,

A harmonia musical do entardecer

Na sublime hora da Ave Maria:

O coaxar dos sapos no brejo

Invadindo a noite silenciosa

Com a lua no céu, tão clara...

Há já ninguém repara, ninguém repara!...

A poetisa repara...

Ninguém repara;

Ela chora...

Ninguém repara!

Helena Lins-30-05-2007

Helena Lins
Enviado por Helena Lins em 30/05/2007
Código do texto: T507488