Ausência
Salpicada e umidecida de teus desejos
Em teus braços desfruto da ternura,
Devoram-me as delícias dos teus beijos
No silêncio sussurrante da noite escura.
Mas na manhã, do silêncio o lampejo
Lambe minha alma e a enclausura,
Libertar-me assim desta dor almejo
E da ausência tua que me tortura.
Quem me dera, meu Deus, os teus gracejos
Eternamente vislumbrar por ventura,
Tua voz angelical em melodias e arpejos
Até a última morada, minha fria sepultura.