EFÊMERA MOCIDADE

Quantos serão os teus dias de mocidade!

Por que te enalteces em frívola levidão?

Hoje, donzela, te primazias na vanidade,

Amanhã o declínio... tua pasma repulsão.

Terás um fim esta beleza em raridade,

Sequer não sabes que aportas a solidão;

O ar que tu respiras só será de saudade,

Presente, passado, fututo... farta ilusão!

O espelho será o teu melhor conselheiro,

Vai... pedes-lhe minudenciada explicação;

Não vês que nesta vida tudo é passageiro,

Reduto do supérfluo de toda a presunção.

Rugas em teu rosto, teu aziago em aneiro

Renuncias, ó mulher, à tanta ostentação!

Riva. 042

Rivadávia Leite
Enviado por Rivadávia Leite em 16/09/2005
Código do texto: T51129