Valsa das nuvens

Nada se compara ao nosso amor de auroras austrais

De gotas de chuvas musicais

De passarelas de nuvens de algodão

De flores raras balançando ao chão

De estradas de ouro e castelos de cristal

De estrelas bailarinas cantando em perpétuo natal

De valsas divertidas

De múltiplas luas estarrecidas

De bichos que mancham tudo de cores quando se sacodem

De supernovas que o espaço iluminem

Ninguém foi ao espaço sem espaçonaves até começarmos

Ninguém foi ao fundo do mar sem escafandro até começarmos

Nada se compara aos nossos passos harmônicos em valsas de Tchaikovsky

Às nossas carícias trocadas enquanto ninguém observa por conta do whisky

Nada se compara ao sol que não dói

Sobre a cúpula do quarto alumia um palácio de nuvem que todo dia se constrói