IPÊS FLORIDOS

IPÊS FLORIDOS

É agosto, os ipês começam a florir. A grama ainda está seca, mas a chuva vem por aí.

É agosto, onde eu moro, ao entardecer, a brisa é mais suave e o ar é mais puro. O cheiro da janta sendo preparada me faz lembrar dos meus avós que por muitas tardes com eles jantei. Este cheiro gostoso são as esposas a seus maridos esperar, chegando do trabalho doloroso e sofrido hão de descansar.

É agosto, aonde eu moro as noites são mais escuras e tem mais estrelas. Suas casinhas humildes com duas janelas postas para as ruas mais parecem pessoas a me vigiar. É assim na minha comunidade. Caminho pelas suas ruas e o meu passado vira presente, e o meu presente se torna saudade.

Aqui eu nasci. Aqui o meu amor eu encontrei. Tive que sair daqui para poder crescer, mas tenham certeza que aqui eu morrerei, e quando isso aqui acontecer dos ipês floridos eu lembrarei.

Uma homenagem à comunidade de São José dos Rosas – MG, um pequeno município onde nasci, e onde até pouco tempo atras eu morava.

Carlos Ulisses

Publicado no Recanto das Letras em 26/09/2005

Carlos Ulisses
Enviado por Carlos Ulisses em 26/09/2005
Reeditado em 23/04/2006
Código do texto: T53993