Carta ao Amor Impossível

Se não te puder amar assim,

Amarei-te amiúde.

Alguém recolhe beijos em passagem

Tomando-os como hóstia - púbere querubim.

E contudo, te amar não pude,

Mas anjos tardaram e demônios enfim

Fizeram-te prisioneiro, cárcere de mim.

E pesam agora meus áridos lábios a beijar-te a última miragem.

Fui ao calabouço como quem caminha em flores.

Sou o que sou: invento dores

Só para não te ter assim Menino.

A palma do tempo acena adeus

Balbucia, pequena e lívida, teus versos meus,

Pois sei, ficarás sim com teu destino.

luana vignon
Enviado por luana vignon em 06/10/2005
Código do texto: T57248