O beijo

Sinto o doce e molhado,

O suficientemente demorado.

Lembro com muito apreço,

Sem saber até hoje se mereço.

Lembro do seu olhar no meu olhar,

Ainda sinto suas mãos a me tocar.

Como se o amanhã não existisse,

Você me beijava sem que eu lhe pedisse.

Louca de desejos em meu ouvido falava,

Delírios que meu pensamento se atormentava.

Angústias e tesões nos abraçavam,

No mesmo instante que nossos corpos se encontravam.

O acordar maravilhoso à luz do sol,

Nossos corpos meios cobertos no lençol.

Cenas como feitas por um rústico pintor,

A cama amarrotada de tantas cenas de amor.

Arranhões me rasgavam as costas,

Conseqüência de estarem às suas “garras” expostas.

Meu calor por horas aumentava até me estremecer,

Primordialmente em ouvir seu respirar e seu gemer.

E como tudo isso era perigo,

Você me arrastava sempre para contigo.

Castigo, vida infernal que não presta,

Infelizmente esse beijo nunca passou de promessa.