Declaração de Amor

Numa madrugada,

perdida entre ares frios,

um raio azul e transparente,

morno, suave, adocicado,

trouxe-te,

diluído e desmaterializado.

Confuso ficou o ar, com tua essência...

Um doce perfume a embriagar-me.

Eras forte a desbravar o mundo!

Com olhos de cristal, brilhastes no céu.

Meu céu, antes tão sombrio...

Em madrugada fria, pude sentir,

deslizares por meu corpo,

a cada brisa que por mim passava.

Brisas do mar...

Gosto de ti...

Transformei-te em meu sol,

quando em mim te renovastes a cada dia.

Meu sol...

Tão certo e eterno, quanto inatingível...

Gosto de ti...

De um jeito sem jeito,

de quem não pediu nem evitou este amor.

Um amor, não qualquer amor...

Gosto de ti...

Um gostar tão diferente e estranho,

que se tornou raro e incompreensível,

parecendo até imaginário...

Sinto este amor...

Um amor que tomou conta de mim,

sem que eu tivesse pedido, mas,

que tivesse sempre desejado.

Um amor, que se não pude viver,

não pude deixar de sentir, e,

que se não pudestes vivê-lo,

duvido que não o tenhas sentido.

Um amor puro, iluminado, único,

que venceu as barreiras do tempo,

ao eternizar-se em minhas palavras...

Que fez morada em meu coração,

onde residem todas as minhas verdades.

Sinto este amor.

Um amor que não te prendeu a mim,

mas que te fez parte de mim...

Assim quero ficar,

a amar-te silenciosa,

já que sobrevives em meu espírito,

onde tudo é colorido e verdadeiro.

Assim quero ficar,

a amar-te silenciosa,

sem fazer de ti um adorno de mim,

mantendo-te forte e livre!

Assim quero ficar,

a amar-te estranhamente,

e receber-te em noites estreladas,

trazido nos braços transparentes do luar...

Assim quero ficar,

a rasgar-me a cada dia,

para que cada vez mais,

penetres em mim,

sem sugar-te...

Um louco querer...

Sem antes ou depois.

Sem chegada ou partida.

Sem marcas ou defeitos.

Sem perguntas...

Sem respostas...

Assim quero ficar,

a amar-te,

sem tirar-te a liberdade,

que te fez tão lindo!

Amar-te sem dramas...

Amar-te nas camas do céu...

Amar-te nas ondas do mar...

Amar-te nos ventos,

sem te dizer não...

Deixando que tudo passe,

e venha a calmaria.

Amar-te com a certeza,

de quem sabe pertencer-te.

Sem tempo.

Sem contra tempo.

Com sonho e fantasia.

Realidade e utopia.

Sem medos...

Assim quero ficar,

a amar-te silenciosa.

Simplesmente,

amar-te...

Day Moraes
Enviado por Day Moraes em 10/10/2005
Código do texto: T58379