Creio em ti

Não me perguntes

se compreendo a tua apreensão,

se aceito esta nossa situação

de te mostrar como amigo,

de me beijar como irmão.

Não me perguntes

quanto tempo ainda resistirei

a loucura da tentação

de gritar este amor tão alto

para que a paz reine em meu coração

hoje em sobressalto.

Não me perguntes

por que minhas mãos

se afagam mutuamente,

trêmulas, perdidas

quando estás presente,

nem por que desvio de ti o olhar

assim que começas falar.

Não me perguntes

de onde vem a força que me sustenta,

a brisa que me acalenta,

a constância, a dedicação,

a garra nesta minha missão

de contentar-me

com as migalhas do tempo

que não me podes dar por inteiro.

Eternamente enamorada,

crente, liberada,

orgulho-me do amor que sinto,

da espera do encanto

de tão poucas horas

em que beijas meu pranto.

São todos teus

os momentos que vivi.

Creio em ti!

São Paulo, 12/10/2005

2:20 minutos

Cleide Canton
Enviado por Cleide Canton em 14/10/2005
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