Latência

Não é só essa angústia que domina

É também a calmaria e a plenitude

É um bocado da alma que se ilude

Um sonho doce nos meus olhos de menina

Não é palpável, mas não chega ao intangível

É quase a brisa com o frescor da madrugada

É a cobiça se sentindo perdoada

Quando o pecado faz do gozo algo horrível

É dor latente pelo corpo ensandecido

É quando tudo pede a força da explosão

Mas nesse instante apenas grita o coração

Um grito mudo de amor em meu ouvido.