N E M

foste tu um livro,

fosse eu um ponto,

ficaria tonto,

um cego no crivo

sem preces, nem velas

nem perdão dos santos

querendo querelas

pros prantos nos cantos.

e pra quê garganta?

pra chorar de sede?

pra quê minha rede

pra te lamentar?

minha dor se agiganta

e esse suplício

que é vitalício

não vai terminar

nem que eu fosse um cravo

atrás de uma rosa

bonita cheirosa

que não ia ter

nem que eu fosse um bravo

que espantasse o medo

pra ter um segredo

chamado você

nem que eu fosse imenso

como o oceano

aquela a quem amo

é só em quem penso

nem que eu fosse a lua

que cobre de prata

a mais densa mata

mas te deixa nua

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 05/07/2017
Reeditado em 06/07/2017
Código do texto: T6046438
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