Corte à musa

Tu és a flor que tímida espera
forjar no mel a seiva do pecado,
junto daquele beijo apaixonado,
que o colibri roubou na primavera.

A flor que o desejo dilacera
quando a paixão se impõe à poesia
e deixa entrar no ventre, à revelia,
o sêmen que verteu de outra hera.

Oh, bela flor, vermelha e delicada,
eu hei de mitigar o teu perfume
e fenecer nos ombros do ciúme,
até que chegue ao fim minha jornada.

Mas se tu fores minha namorada,
farei amor à luz de um Vaga-lume
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 06/09/2017
Código do texto: T6106752
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