Debaixo do Arco-íris

...solto suas mãos

quando acompanho as sombras das nuvens

Correndo pelos morros,

Formando sinuosas serpentes,

Monstros sem dentes,

Acolchoados entre cordeiros

e um único dragão.

Corro, escondo-me debaixo do arco-íris,

No lugar mais tenro e calmo

da campina fértil do seu coração,

Mas percebo que sua mão não está lá,

E quando estendo as minhas

Calejadas de tanto te procurar

Sinto-te como o vento a rimar um soneto

nas mãos do Trovador

com uma promessa;

Nela, desfilada em metáforas,

Prometo percorrer-te por estrofes,

Que virão nos afagar com suas palavras;

E me sento,

Para também poder te acarinhar

Com os nossos sonhos.

Pois tu deverias me lançar

Nas pétalas doces de alcaçuz

Que o flash repentino dos seus olhos

Transforma numa intensa e desejada luz,

Ainda que tu sejas a Lua,

Ainda que sejas tu uma colheita,

Eu sei,

a alma admite,

Que existe um lugar no céu,

Para quem semeia as estrelas;

Onde, perante os olhos do Senhor,

Nosso corcel ganhará asas,

Diante do amor que a tudo transcende,

Como num livro de antologia,

De vários Poetas,

Porém, de um único Tema - o Amor,

em frases marcadas por sonhos,

que ventem redemoinhos,

Como a primavera,

Mudando o olhar intacto da pálida manhã...

Pois,

Ainda que nos traga escritas às recordações

no muro do tempo,

Cercando o teu jardim e o meu peito,

(esse doce lugar em que me deito)

Livre do preconceito,

em que possamos, enfim, vicejar,

Ante o rubor do perfume rosa das flores;

Onde, por certo, somos dois amores,

A nos rebelar pela união;

Na sombra presunçosa da esperança,

Vamos separando-nos do humo na madeira,

Debaixo do corte infeliz da lamina,

Que nos traz a morte,

Retido nos pelos da luva do ceifador,

Cheio de cerração e neblina,

Para sairmos do inferno,

Escapando da nossa sina,

Para nos expor, nesse mundo tão vasto;

- Essa é a nossa viagem-

Pelo calor do crepúsculo mais quente,

Vendo o sol se por, sentados à borda do mundo,

A contemplar felicidade,

Sob o jugo do amor eterno...

https://www.youtube.com/watch?v=dGf7yAs6yoI

Nada pode ser insignificante neste mundo. Ele é um cosmos, não um caos. É possível que você não o compreenda - isto é outra coisa - porque só conhece os fragmentos, não conhece o todo. Sua experiência de vida é como uma página solta de uma novela: você a lê, mas não faz sentido, porque é apenas um pequeno fragmento, você não conhece a estória toda. Se a conhecesse, essa página seria compreensível, coerente, significativa.

O que é significativo? É o conhecimento do fragmento em relação ao todo; é o relacionamento do fragmento com o Todo. Um louco falando na rua não é significativo. Por quê? Porque é impossível relacionar o que ele fala com alguma outra coisa; sua fala é um fragmento apenas. Mas ele não está falando com ninguém, não tem necessidade, não há ninguém lá com quem falar. Sua fala é fragmentária, faz parte de um grande todo, e é por isso que é incoerente.

Osho