IN_CONTINENTE

perdi as contas

de quantas e quantas vezes

te surpreendi

a me olhar baixinho

com os fitos

do amor

tão e tão revelados

perdi as contas

de quantas e quantas vezes

esse mesmo olhar,

único,

desvestiu, sem tamanho, minhas intenções

perdi as contas

de quantas e quantas vezes

meu olhar se fechou ao teu,

de quantas em quantas

meus lábios contaram-te segredos,

de quantas e quantas vezes

meu corpo ganhou a vida

da seiva do teu corpo

em gozo

que me recebeu

Ah, amor, amor de eu!...