Casa do meu amor
Queria de harmonia encher-te a vida,
Mas não quiseste, preferiu entregar-se ao ego,
Preferiu chafurdar-se na mentira, entregou-se à vaidade,
Rendeu-se à indignidade; praticaste a lampana.
És menina, e por isso me fizeste perder a fé na humanidade
Fizeste de mim o teu ludibrio; o palácio de suas fantasias
Fui experimento de sua hipocrisia, tens demagogia.
Ora, o mundo é mesmo uma grande orgia
Quimera, me fizeste ter, deleitou-se em um mundo onírico.
Não acreditas no verdadeiro Eu lírico.
O anel cujo dei a ti, hoje, está esfacelado no chão
A ti, era de vidro; não aguentou o pecado da carne.
Proporcionaste a mim um verdadeiro escarne
A ti, mostrei a verdade; você, a falácia
Me fizeste ir além dos limites da audácia
Não conheces a honradez, nada sabes sobre hombridade,
Falta em ti onerosidade e, também, o ônus do amor.
Amo-te e, ao mesmo tempo, odeio-te
Em ti, ainda há um resguardo,
Este está guardado em um armário em algum quarto;
Mesmo que sejas a casa de minha desgraça.