Candy

Preciso de um verdadeiro lugar

Em que meu coração se esconda,

Pensei em deixa-lo a rolar

Debaixo de uma onda,

Prometendo rever a felicidade

Voando junto com a saudade ao vento

Quando me acabo numa orla de sofrimento,

Batendo à sua porta;

É o que faço de melhor, sem maldade,

E no outro dia me refaço

Pedindo seu perdão, por ser tão fraco...

Lutando contra a atitude das horas

e a dor incestuosa do tempo.

Encantado com a maldade da poesia,

Tão justa, tão fria,

Escrita numa linha como nevralgia particular.

Se me vires outra vez,

Saberás que estou xonado,

A dor, afinal , tem me deixado mais flor,

E depois dessa noite, essa em especial,

Penso em desligar as estrelas

Com meu interruptor mágico infinitesimal,

Pois tu sabes, que os poetas morrem

a cada amanhecer,

Quando tentam escrever suas ilusões

ao fenecer dos sonhos,

Rabiscando as rimas de seus dissabores

No inverno frio, úmido de um braseiro,

Onde descem ao inferno

em busca de paz,

Acalentados pelo calor dos seus amores

Deitados numa cama insolente,

Onde a luz do dia se acende...

Você entende?

O poente é vida e morte,

É o lugar de beijar novamente

o frio lábio da solidão,

Em que danço inabitado,

Mais uma vez carente e acovardado

de não tê-la amado,

Com a mais louca, doce e tenra paixão,

Deixando-lhe a cada dia

um vaso cheio de flores corrompidas

Com bilhetes de amor

entre as frases perdidas no coração.

https://www.youtube.com/watch?v=28OtugoJeXQ

Leandro karnal sobre a poesia

https://www.youtube.com/watch?v=w8LLrIBQIzo