Nosso encontro proibido de todo dia

Xícaras à mesa paralelamente quentes

Emanando vapor entre olhares tão ausentes

A nossa volta a multidão distraída, descontente

Nosso mundo posto à mesa fatiadamente ardente.

Minha mão tão fria sobre a tua mão

Enquanto contemplava-te a feição

Nua de pudores, valores ou contrição

O relógio finalizava nossa doce perdição

- Mais um café, por favor! – interrompia

Nosso encontro proibido de todo dia

Um misto de amor e medo nos aquecia

Ao passo que cada beijo velado acontecia.

Conversávamos quase nada naquela mesa

Nos tocávamos mantendo a chama acesa

Teus olhos me inundando em azul turquesa

Par de cristais, tesouros de rara beleza.

Ah, nosso encontro proibido de todo dia!

Onde nosso beijo escondido acontecia....

Nosso amor tão proibido invadia

Aquele café frio degustado em poesia.