CANTANTE CORAÇÃO

Quando sua voz

se encheu de verdade e brandura

e me chamou " Minha amada",

soaram suas palavras,

como a mais veemente poesia!...

Poesia de ternura aconchegada !...

Fiz silêncio...

Quis haurir desse poema

ressonante dentro da alma

e meu lírico coração

tangeu sonata de amor maior,

em arranjo de harpa...

Fiz silêncio...

Fechei os olhos...

Enlevada,

minha alma sentiu dançar

emocionada, dentro dela a poesia,

até cansar...

E, porque meu coração

compôs acalantos em arranjos de avena,

adormeceram os versos

da ternura de seu poema...

Então, julguei sonhar...

Fiz silêncio...

Fechei os olhos...

Julguei sonhar...

Mas, quando seus lábios se uniram aos meus,

vi que não sonhava

e meu coração regeu

das sinfonias de amor, os vibratos,

em consonância com o seu!

Naquele instante, em virtuose,

lhe entreguei meu coração cantante!

Toma-o !

Rege com brandura

cada nota do canto de ternura,

porque ele está repleto de poesia e canção!

Maria Mercedes Paiva Paiva
Enviado por Maria Mercedes Paiva Paiva em 24/10/2005
Código do texto: T62881