ARSENAL DE AMOR
ARSENAL DE AMOR
Elizabeth Fonseca
Estou no sonho a mergulhar.
No silêncio do azul celeste,
Intangível do medo ,
Do mistério e do segredo,
Que me atinam sem pensar.
O céu ... a lua tão cheia
Prateando as brancas nuvens.
Rainha do céu, clareia!
Meus pensamentos, os sonhos meus
Ante a flauta, o clarim,
A voz, triste voz do adeus.
O ar é tão leve como a paina
Que o vento leva num sussurro.
Meu sonho galopeia num carrossel
De prata, rápido e reluzente,
E some, e foge lentamente
Num descortinar de branco véu.
Que leveza, pura sutileza
Que a alma descansa feliz.
Mergulhando serena nas alturas,
Alheia à dor, à tristeza,
Como intrépido viajor
No mar que habita a sereia,
Seduzindo-o por embriaguez de amor.
Agora, posso despertar serena,
Abrir os olhos, inundar a alma de luz.
Pisar de leve, caminhar em cena,
Que o sonho começa a despertar.
O sol arde, a flor se abre
Abrem-se as portas, janelas,
A vida, o sorriso, os sonhos ...
Todos os sonhos que preciso.
Meu sonho é de amor e de luta.
Um arsenal argênteo e imprescindível
Sem espada e fuzil temível
Sem causar danos, nem culpa.
Sem prantos, sem mágoas, sem horror.
Vida ! ... meu arsenal de amor !