Flor de Lótus

O mar gorjeava à presença da lua,

Nessa noite em que meu peito descansa;

Em ondas repentinas de pujança,

Meu coração vagueava como simples neblina ,

E ainda me apavora com sua insensatez.

Devora-me o consórcio da afasia;

lugar onde as frutas dançam como gotas nebulosas,

No oceano que evapora à flor do dia,

Em lágrimas salgadas...

Hoje quis amanhecer numa fruteira,

Ser a castanha,

O azeite da oliveira,

E mesmo,

o frescor da sombra de uma palmeira;

Para redimir-me de luz,

Sem ter clareza,

E procurar-me

no mais profundo lodo do meu sentimento,

e só então depurar-me em solidão,

de toda incerteza,

Emergindo na tarde calma do meu coração,

na paz que aflora minha alma,

como flor de Lótus.

https://www.youtube.com/watch?v=VtGZGBvb7ic

"Se você pode tornar-se apenas seu próprio ser, se você pode florescer dentro de sua natureza intrínseca, só então você poderá ter bem-aventurança – uma paz que não pode ser expressa em palavras, e uma certa poesia para seu ser; uma certa dança para seu ser, porque você estará em sintonia com a existência. Estar em sintonia consigo próprio é a única maneira de estar em sintonia com a existência. Ninguém precisa de orientação pessoal, porque toda orientação pessoal é um nome bonito para dependência de alguém e ele vai distorcer você."

Um meditador não precisa de orientação pessoal. Um meditador, ao contrario, necessita apenas de uma coisa: a atmosfera de meditação. Ele necessita de outros meditadores; ele necessita ser envolvido por outros meditadores. Porque qualquer coisa que esteja acontecendo dentro de nós não está apenas dentro de nós, ela afeta as pessoas que estão perto. Nesta comunhão, pessoas estão em diferentes estágios de meditação. Para meditar com essas pessoas, apenas sente-se silenciosamente com essas pessoas, e você será puxado cada vez mais em direção à sua potencialidade intrínseca."

Osho, The Invitation, Capítulo #12