SOPRO
Eu falo, você ouve,
você fala, eu te ouço...
Folhas suavemente acenam para nós,
raios dourados de lua caem sobre nossas faces,
nuvens remam devagar, deixando cair gotas,
o tempo, imenso e em crescente movimento,
paira, como um guarda-chuva de horas...
Saudamos a felicidade com nossas taças,
a vida nos pede entrega e amor,
sabemos que nada é de graça,
nem a graça de ver cada cor...
Sobretudo a música que nos aquece os ouvidos,
sobretudo a canção que nos chega como um assovio,
sobretudo a divindade dentro de cada sentido,
sobretudo o calor que abraça com carinho o frio...
Selamos o pacto mais humano que existe,
te beijo, me beijas, com calor e alegria,
a tristeza já não nos toca e nem insiste,
por aqui, acolá, o sopro divino da poesia...